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Eleição do papa é «sinal» de que «redenção já não vem com o fausto» mas com a «humildade», diz Henrique Monteiro

O anterior diretor do "Expresso", o semanário português com maior tiragem, considera que com a eleição do papa Francisco a Igreja dá um «sinal» de que «a redenção já não vem com o fausto» mas com a «humildade».

Num colóquio realizado em Lisboa na quinta-feira, o dia a seguir à eleição, o jornalista qualificou o papa de pessoa «simples» que passou pelo namoro, andava de transportes públicos, não morava no paço episcopal e cozinhava as suas refeições.

«O que me atrai é a procura. Saber quem sou, para onde vou, de onde venho», vincou Henrique Monteiro, que se afirmou «crente em Deus», ainda que, como referiu, esse testemunho cause perplexidade nos meios profissionais onde circula.

O diretor Coordenador Editorial para Novas Plataformas na Impresa sustentou no colóquio realizado na Capela do Rato que a perda de «influência política» por parte da Igreja Católica não é negativa, desde que «ganhe potência espiritual e seja exemplo para a sociedade».

«O papa é um referencial da nossa cultura», afirmou Henrique Monteiro, embora não se deva ver nem ser visto como «um Deus na terra».

Depois de realçar que Bento XVI fez «um último esforço de redimir a inteligência europeia» ao defender o «racionalismo» do cristianismo, o responsável disse que a eleição de Francisco não é uma rutura com o papa emérito.

Com a renúncia do Joseph Ratzinger, que «ficaria sempre na História» como «intelectual» mesmo que não fosse papa, «está aberta a porta» para que os sucessores imitem o gesto, se acreditarem que é a melhor opção para a Igreja, apontou.

Para o colunista a escolha dos 115 cardeais que elegeram Francisco indica que «a redenção do Ocidente já não está na Europa», em termos religiosos e políticos.

Henrique Monteiro recordou que o conclave «foi em boa parte determinada por pessoas nomeadas por Bento XVI» e salientou, em tom descontraído, que se a Igreja «fizesse eleições papais» a cada cinco anos, como acontece nas presidenciais em Portugal, «teria muito mais fiéis porque consegue paralisar todo o noticiário».

«Não conheço ninguém dentro da Comunicação Social que saiba verdadeiramente o que se passa dentro do conclave ou na Cúria», observou o jornalista, que justificou a opinião com o facto de o cardeal Bergoglio não ter sido referido como um dos possíveis sucessores de Bento XVI, e também porque este resignou com uma imagem oposta à que começou o pontificado.

A Henrique Monteiro desagrada a ideia de um catolicismo «a surfar na espuma dos tempos»: «Eu quero que a Igreja seja conservadora», o que não significa que ela «não tenha de fazer mudanças».

«Cada vez que é eleito um papa, estamos sempre à espera de alguém que torne a Igreja melhor. Acho que isso se tem conseguido das últimas vezes. Não vejo motivo para que não se consiga desta vez», concluiu.

O debate contou com a participação da escritora e jornalista Leonor Xavier, bem como do padre José Tolentino Mendonça, responsável pela Capela do Rato e diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

 

 

 

Rui Jorge Martins
© SNPC | 24.03.13

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Henrique Monteiro
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