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Música

Rock, por amor de Deus

“Agora já sei, quem é a solução / está comigo, no meio da aflição / não me abandona, por mais que eu possa pensar / não estou sozinho, Ele está em todo o lugar.” Poderia ser a letra de apenas mais uma música de igreja, mas quem vê destes quatro portugueses, sem conhecer a fé que os move, será apanhado de surpresa pelo teor das letras que surgem por cima de um ritmo rock de boa qualidade.

Os Feedback são apenas uma das várias bandas assumidamente cristãs que existem em Portugal, representantes lusitanos de um género que na América move legiões de fãs.

Mas exatamente o que é que é uma banda cristã? A definição não é simples. Os Feedback, e outros como os Kyrios, os Sopro de Vida, Héber Marques e os Terceira Margem não deixam espaço para dúvida nas suas letras. Mas o que dizer dos Pontos Negros, uma banda em clara ascensão, de música generalista mas composta por cristãos convictos? Ou os Simplus, um dueto de católicos praticantes com algumas músicas religiosas e outras não?

Para Tiago Guillul, a principal referência no mundo da música moderna cristã em Portugal, “esta é discussão antiga. Para tentar não dispersar eu diria que uma banda cristã é aquela que assume que a fé é um aspeto fundamental para a música que faz”.

O dono da editora FlorCaveira – uma verdadeira ponte entre o mundo da música moderna e a religião – é bastante crítico em relação à maioria das bandas que se limitam, nas suas palavras, a “transpor tonalmente sermões”, lembrando que “por ter melodia não quer dizer que chegue a ser música. Em cada igreja evangélica no país há potencialmente uma banda cristã a ensaiar no salão de culto. Mas infelizmente são projetos que funcionam em circuito interno e o resultado é fraco”

O próprio reconhece que também passou uma fase em que fazia aquilo que hoje critica: “com 15 anos comecei a minha primeira banda o intuito era a tal transposição tonal de sermões. Uma coisa terrivelmente panfletária onde as letras eram teologia fast food e a música um decalque das nossas bandas preferidas. O que tornou as coisas divertidas é que como sempre fomos maus imitadores o que saía enfermava sempre de alguma originalidade”. Hoje, a perspetiva é diferente: “Sou um cristão que faz música. E terei orgulho se chamarem cristã à música que faço”.

No panorama internacional, e apesar de existir uma banda cristã em praticamente cada canto do planeta, desde heavy metal ortodoxo na Rússia, a música gótica luterana na Finlândia, os nomes mais fortes ainda vêm dos EUA: “Desde o pai Larry Norman que morreu recentemente, aos Stryper, até aos que vão suavizando a sua confessionalidade assim que as vendas chegam, como os P.O.D. ou mesmo a Katy Perry. Estes são exemplos muito animadores”, afirma Guillul, “de que o Diabo não tem de ter toda a boa música”.

 

Vídeo: Feedback

 

Filipe d'Avillez
In Rádio Renascença
12.04.09

Guitarra elétrica
Foto: James Noble/CORBIS































 

 

 

 

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