Vemos, ouvimos e lemos
Projeto cultural
Pedras angulares A teologia visual da belezaQuem somosPastoral da Cultura em movimentoImpressão digitalVemos, ouvimos e lemosLigaçõesBreves Arquivo

Leitura e imagem

Histórias escolhidas da Bíblia

Com o mesmo texto da Bíblia Ilustrada (a tradução de Ferreira d"Almeida), a Assírio & Alvim edita dentro de dias as Histórias Escolhidas da Bíblia.

José Tolentino Mendonça escolheu 41 passagens e Ilda David" criou outras tantas ilustrações para episódios como a história dos primeiros dias do mundo (onde se narra a criação), da grande torre chamada Babel, do rei que dançou diante de Deus ou dos Reis Magos e do Menino Jesus.

"Trata-se de oferecer aos mais novos uma iniciação à leitura da Bíblia, a partir do próprio texto: uma árvore, uma cidade, uma amizade...", diz Tolentino Mendonça. A Bíblia, acrescenta, "é um grande armário de histórias, com uma grande capacidade de significação e sedução".

 

Bíblia, comunicação e arte

Pintores e escritores falam de como a Bíblia continua a ser fonte para o seu trabalho e de como se faz a tradução iconográfica e artística do texto bíblico. Pedro Proença já pensara que seria "divertido" ilustrar a Bíblia. Há três anos, foi-lhe proposto ilustrar textos escolhidos da narrativa bíblica, numa colecção que o semanário Expresso lançou, com comentários do biblista Joaquim Carreira das Neves.

Divertido? Ainda por cima para quem confessa não ter "nada de religioso"? Há um paradoxo, nota o artista plástico: "É um conjunto de textos que cresceu numa prática iconoclasta, contra as imagens. Ainda hoje, no cristianismo, há correntes iconoclastas, como os protestantes."

A Bíblia foi recorrentemente ilustrada. E até há poucos séculos as pessoas só conheciam mesmo as imagens que contavam o texto, recorda Pedro Proença. No catolicismo, só depois do Concílio Vaticano II (1962-65) o uso e a leitura da Bíblia se foram generalizando.

A tradução iconográfica da Bíblia "tem muito a ver com metáforas e imagens que aparecem nos textos", diz o ilustrador. Daí que o mais importante seja "sentir a pulsação do texto". O ritmo é "essencial".

É sobre esta experiência que Pedro Proença falará no dia 21 de Outubro, na Universidade Católica, num colóquio sobre a relação entre a Bíblia e a arte. Parte de um projecto internacional que envolve universidades de Portugal, Brasil e França, intitulado Bíblia, Comunicação & Arte (BC&A) o colóquio Artes da Bíblia segue-se a outro, realizado há duas semanas, sobre a poesia de Adília Lopes.

"A Bíblia é o grande código que nós habitamos", diz José Tolentino Mendonça, biblista e um dos responsáveis do projecto em Portugal. "Também a podemos ler nos museus, nas livrarias, na organização das cidades, nos quotidianos, ela está presente na plástica do mundo."

O autor de A Leitura Infinita - Bíblia e Interpretação, cita o exemplo do próximo livro de José Saramago, intitulado Caim, cuja promoção diz: "A história dos homens é a história dos seus desentendimentos com Deus." E diz: "Não nos libertamos da Bíblia, sejamos leitores devotos ou críticos inconciliados."

O projecto BC&A concluirá com um congresso internacional sobre As Surpresas da Intertextualidade Bíblica. O trabalho de Pedro Proença no Expresso ou as ilustrações de Ilda David" na Bíblia da Assírio & Alvim/Círculo de Leitores com a tradução de João Ferreira d"Almeida são exemplos dessa intertextualidade, aponta.

"Há uma gramática dominante na leitura da Bíblia, mas há também muitas surpresas", diz Tolentino Mendonça.

 

António Marujo.
In Público, 16.10.2009
18.10.09

Imagem
Ilda David'













































Imagem
Ilda David'

 

Ligações e contactos

 

 

 

Página anteriorTopo da página

 


 

Subscreva

 


 

Mais artigos

Imagem/Vídeo
Mais vistos

 

Secções do site


 

Procurar e encontrar


 

 

Página anteriorTopo da página